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Necessidade de Seguro Rural aumentou nos últimos anos

O seguro rural privado fora de bancos, mesmo com as instabilidades do governo, tende a crescer graças ao aumento da produção agrícola, à maior conscientização dos produtores no uso do sistema e pela necessidade e abrangência.

Rogério Pacheco, produtor de Carazinho, onde cultiva 800 hectares de trigo, começou a adotar o seguro rural privado há cinco anos. Já usou duas vezes para se recompor de perda com granizo e geada. "A commodity é um grão sensível, com perdas frequentes. Basta lembrar da quantidade de pedra de granizo que caiu na região nos últimos meses." O produtor explica que os seguros de produção feitos pelos bancos públicos na hora do financiamento são burocráticos para pagar os sinistros e cobrem apenas o valor de custeio, que não corresponde à realidade.


Ainda que o seguro rural tenha primazia na lavoura, não é apenas da porteira para dentro que o produto cresce. Conforme Otávio Simch, diretor executivo da Tovese, seguradora especializada no agronegócio, as coberturas do setor podem englobar desde a produção propriamente dita até depósito, transporte e mesmo exportações. Nas lavouras, carro-chefe do segmento, as razões das maiores demandas e sinistros estão vinculadas aos fenômenos climáticos. Um risco que o produtor não tem com evitar, mas pode se precaver. "Há poucos anos, a região Sul, e especialmente o Rio Grande do Sul, era a que mais fazia seguro rural privado. Mas isso tem mudado bastante, e regiões agrícolas normalmente mais calmas também são afetadas e, por isso, começam a investir no seguro, como Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo", diz Simch.


Além dos grãos, há perdas em setores como de frutas (especialmente na uva, mas há seguros no mercado para cerca de 80 tipos de frutas) e de gado (com o crescente abigeato). A gama de atuação no agronegócio, diz o executivo, é imensa e ainda usada bastante aquém do que recomenda a prudência nos negócios. "O segmento como um todo deve se expandir 30% em um ano. Isso porque, aos poucos, o produtor se conscientiza da necessidade e, assim como faz com o automóvel, precisa proteger o patrimônio no campo. Há 10 anos, o seguro de carro não era tão comum. Isso é uma mudança de cultura que ocorre aos poucos", diz Simch.

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