Sem chuvas há mais de 30 dias, lavouras de soja já têm perdas em região de Caarapó (MS)
Representantes das seguradoras já visitam algumas áreas. Caso as chuvas não retornem à região, queda na produtividade pode superar os 20% nesta temporada. Ao longo do dia, temperaturas ultrapassam 35ºC. Alguns contratos foram feitos com valores entre R$ 70,00 e R$ 80,00 a saca. Produtores carregam dívidas da safra passada, que também foi afetada pelo clima irregular.
As lavouras de soja da região de Caarapó (MS) têm sofrido com as chuvas irregulares e já registram perdas no potencial produtivo. Em algumas localidades, as precipitações não aparecem há mais de 30 dias. Segundo o meteorologista Natálio Abrão, o estado recebeu apenas 42%, dos 160 mm projetados para o mês de novembro. Em Juti, as chuvas somaram 5,4 mm, porém, a projeção era de 173 mm.
“A soja está perecendo na nossa região e a queda na produtividade pode superar os 20%. E mesmo que o clima se normalize de agora em diante já temos perdas consolidadas, que serão quantificadas apenas na colheita. Em alguns lugares, as precipitações ainda podem minimizar os prejuízos. Inclusive, na minha propriedade, os representantes das seguradoras já vieram acompanhar o desenvolvimento da soja, para depois não termos frustração em relação ao seguro”, destaca Renato Ferreira, produtor rural do município.
Além das chuvas, as temperaturas mais altas, que ultrapassam 35ºC ao longo do dia, também preocupam e agravam a situação das plantações. O que ainda tem mantido as lavouras, ainda na visão do produtor rural, é a queda das temperaturas durante o período da noite. “Com isso, as plantas amanhecem menos estressadas e, por isso, ainda estão resistindo”, completa o produtor.
Comercialização da soja
Nesta temporada, apenas alguns contratos antecipados foram realizados entre R$ 70,00 a R$ 80,00 a saca da soja no momento da compra dos insumos. “Mas é uma grande preocupação vender algo que ainda será plantado, pois sabemos que uma possível falta do produto pode agravar a situação. E já temos sinalização de perdas, não vejo um bom horizonte para 2017”, acredita Ferreira.
Contudo é preciso ponderar que a temporada 2015/16 deixou muitos prejuízos aos produtores rurais da região. Isso porque, no caso da soja, o excesso de chuvas comprometeu a colheita dos grãos. Na safrinha de milho, depois das precipitações, as plantações ficaram 31 dias sem chuvas, o que gerou muitas perdas. “Essa safra precisa se pagar e pagar também as dívidas deixadas pela safra passada”, diz o produtor.
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