4 dicas para monitorar o tempo e tomar boas decisões na fazenda
Brasil tem cerca de 600 estações meteorológicas, número insuficiente para gerar as informações que o campo precisa.
A qualidade de uma safra está diretamente relacionada às condições climáticas. Chuvas, secas, geadas, granizo, temperaturas e umidade determinam o desenvolvimento das plantas e os resultados da colheita. Para proteger as lavouras, o produtor pode melhorar o manejo e se planejar.
Quando comparada com outros países como os Estados Unidos e a Argentina, a meteorologia brasileira não deixa a desejar. A ciência evoluiu, porém, o número de estações meteorológicas instaladas no país é insuficiente para atender todo o território nacional. Isso compromete a precisão das previsões climáticas.
Atualmente, são cerca de 600 estações meteorológicas, entre públicas e privadas. Para Paulo Sentelhas, engenheiro agrônomo e professor de agrometeorologia na Esalq/USP, esse número é baixo. “Seria necessário algo em torno de 3 a 5 mil estações meteorológicas para ter uma cobertura razoável”, afirma o especialista. “O grande problema é o custo e a manutenção delas.”
Mesmo com o baixo número de estações, Sentelhas afirma que os dados meteorológicos oferecidos no Brasil são de qualidade. O drama é que a previsão do tempo gratuita não sana todas as dúvidas do produtor. “O solo o produtor corrige, o material genético ele adapta e escolhe o melhor, mas com o clima não tem o que fazer”, diz Sentelhas.
Para obter informações customizadas para a fazenda, é recomendável buscar serviços meteorológicos adicionais. Além disso, há dicas que ajudam na tomada de decisões. Confira:
1 – Análise histórica da região
O produtor pode analisar dados históricos para se orientar. “Evitar riscos vai depender de conhecer o clima da região”, afirma o professor Paulo Sentelhas. O especialista recomenda a análise de uma série histórica de ao menos 20 anos para que os profissionais da fazenda conheçam a variabilidade do clima na região da fazenda.
2 – A importância dos pluviômetros
As estações meteorológicas são muito eficientes na medição das temperaturas, umidade e radiação. Porém, para medir as chuvas, que são muito variáveis, os pluviômetros são ferramentas essenciais. O pluviômetro manual exige que uma pessoa faça o registro dos dados diariamente, enquanto o automático reporta os dados via GPS. “O grande problema do automático é que quando entope ninguém vê o problema”, diz o professor da Esalq/USP. Por isso, é importante cuidado na manutenção dos pluviômetros.
3 – Precisão da previsão
As previsões meteorológicas podem errar. “A atmosfera é um sistema dinâmico e caótico”, afirma Sentelhas. Então, o produtor não pode confiar 100% no que os meteorologistas dizem. Segundo Sentelhas, a previsão mais confiável é para no máximo cinco dias, entre 5 e 10 dias ele considera razoável e acima de 15 dias fica realmente difícil acertar. A precisão das estações meteorológicas vão depender da qualidade dos sensores e da manutenção, já os dados dos pluviométricos são mais precisos que se tem.
4 – Áreas irrigadas
O produtor que irriga precisa de um monitoramento adequado para a sua fazenda, com um serviço capaz de indicar a lâmina de irrigação e o momento ideal para realizar a operação. Segundo Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, é importante entender a evapotranspiração, a chuva, a umidade do solo e sua resposta a água, o desenvolvimento da planta. “São diversos fatores que podem ser considerados para maximizar a eficiência da irrigação”, diz Mariana. Também é importante sempre ficar atento aos horários de tarifa reduzida para irrigação do município e sempre verificar se o sistema de irrigação está calibrado.
Para mais informações acesse: http://sfagro.uol.com.br/clima-4-dicas-para-monitorar-o-tempo-e-tomar-boas-decisoes-na-fazenda/