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Seguro rural é tema de reunião na Famato

Com o propósito de ampliar o conhecimento de produtores rurais e demais agentes de interesse do setor agropecuário, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (FAMATO) em parceria com a Comissão de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) debateram na quinta-feira (27/07) em Cuiabá-MT sobre uma das principais ferramentas de política agrícola do país: o seguro rural. Também entraram na pauta de discussão o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e gestão de risco rural.


“Os seguros rurais representam um importante mecanismo de proteção para que os produtores rurais possam investir em suas atividades com segurança, mesmo diante das adversidades climáticas. Mas os produtores precisam ter acesso à informação, como também estar cientes das opções de seguro disponíveis no mercado, das coberturas oferecidas e, principalmente, dos critérios de apuração dos prejuízos e indenizações e os procedimentos que devem ser adotados quando ocorrerem sinistros”, esclareceu o vice-presidente da Comissão de Políticas Agrícolas da CNA Pedro Loyola.


Segundo a analista de agricultura, Karine Machado, a parceria da FAMATO com a CNA tem o objetivo de fomentar a cultura do seguro rural no estado. “Nosso intuito de promover a cultura do seguro rural, propor medidas para melhorar os produtos e acesso dos produtores ao seguro agrícola”, sinalizou a analista.


Em Mato Grosso há um descontentamento com os seguros rurais que foi levantado durante a reunião. Entre eles estão a falta de comunicação, de informação adequada para o produtor que, em muitos casos, desconhecem sobre o zoneamento de risco climático que é um fator muito importante na contratação de seguros.


Outro ponto levantado foram os seguros de faturamento, de renda, em que não há um entendimento de que o preço da BMF para a soja seja melhor para Mato Grosso. Foi proposto por Loyola a abertura de um canal de discussão para melhorar esse referencial na questão da soja.


Essa discussão de hoje foi importante para mostrar ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que nós precisamos fazer um esforço com todas as entidades para disseminar a cultura do seguro e isso não passa somente pelo produtor entender o seguro, mas também para as seguradoras entenderem a cultura do produtor. Entenderem ainda que Mato Grosso é um estado em que a percepção do risco se dá muito mais pelo preço e não por problemas climáticos e, talvez, fazer essa adequação. Isso vai passar pelo seguro de faturamento e de renda, que foi o que a gente constatou aqui. É o seguro que mais poderia atender o produtor rural de Mato Grosso”, apontou Loyola.


O presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg) Wady Cury falou do privilégio de estar conversando com o consumidor, na casa do seu representante legal: a FAMATO. “Para nós enquanto seguradora foi um presente este momento que fomos convidados a conversar diretamente com o nosso consumidor e poder ter uma conversa ampla e esclarecedora”, declarou Cury.


Cury destacou ainda que foram colocados pontos de melhoria de processos, de produtos, a relevância de atender os agricultores e conhecer mais a agricultura. Para o representante da Fenseg, a agricultura possui características diferentes das demais modalidades de seguro, então cabem às seguradoras aprenderem mais sobre a cultura para poder atender o agricultor.


Tudo isso ficou bem estabelecido nessa reunião, houve reconhecimento das duas partes em relação as deficiências na troca de informações e de comunicação. Estabelecemos um roteiro de se comunicar, entender o produto, compreender a necessidade do agricultor e eles de entender os limites das seguradoras e até onde elas podem ou não assumir os compromissos de perdas”, descreveu Cury.


O representante do Mapa Diego Almeida fez uma apresentação sobre o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural do governo federal. No modelo atual, a contratação das apólices de seguro é feita por intermédio das seguradoras.


Após ouvir os anseios dos produtores, Almeida volta para o Mapa com a missão de levar aos setores competentes as demandas e o pedido de revisão das portarias que regem o zoneamento agrícola de risco climático que são publicadas com uma antecedência mínima de 180 dias antes do início da safra, quando os insumos estão sendo negociados e adquiridos pelos produtores rurais.


Também participaram representantes do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Sicredi, corretores e seguradoras de Cuiabá, Primavera do Leste, São Paulo, Maringá e Porto Alegre, Curitiba e governo do estado de Mato Grosso.



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