Goiás é o estado que mais sofre com a irregularidade das chuvas e atraso do plantio da soja
levantamento de plantio de soja divulgado pela AgRural na sexta-feira (27/10) mostrou que 30% da área brasileira estava semeada até quinta (26/10). O número veio abaixo dos 41% apurados na mesma data do ano passado, quando o plantio foi um dos mais rápidos da história, mas ficou em linha com os 31% da média de cinco anos.
De todo modo, o levantamento mostrou atrasos consideráveis em alguns estados. O destaque foi Goiás, quarto maior produtor brasileiro de soja. Devido à irregularidade das chuvas, o estado havia semeado apenas 6% de sua área até o dia 26 de outubro, ante 42% um ano antes e 28% na média de cinco anos.
Volume de chuvas
Neste fim de semana, áreas produtoras de Goiás receberam alguns bons volumes. Dados das estações do Inmet compilados pela Somar Meteorologia mostram acúmulo de 48 mm em Rio Verde (sudoeste goiano) entre 9h de sábado (28/10) e 9h de domingo (29/10). Mesmo assim, as chuvas foram muito “manchadas”, com volumes razoáveis em algumas fazendas e praticamente nada de chuva em outras.
Nos municípios vizinhos de Jataí e Mineiros, choveu apenas 12 mm e 2,8 mm, respectivamente, pelos dados das estações do Inmet. Em Goiatuba, próximo da divisa com o Triângulo Mineiro, também foram somente 2,8 mm; em Cristalina, no entorno de Brasília, não choveu.
Há previsão de chuva para os próximos dias em diversas regiões goianas, mas os produtores ainda estão apreensivos em relação aos volumes e à distribuição dessas precipitações. Muitos preferem não arriscar a plantar no pó, com medo de que as previsões não se confirmem.
Impacto na produtividade da soja
Na safra 2014/15, os goianos também haviam plantado apenas 6% da área de soja em 26/out. Nas semanas seguintes, eles até conseguiram avançar com mais rapidez, chegando a 45% da área em 09/nov. Mesmo assim, o índice seguia bem inferior aos dos anos anteriores (veja tabela abaixo). Para piorar, faltou chuva ao longo do ciclo. O resultado foi quebra de safra: a produtividade média goiana caiu para 43,2 sacas por hectare, a mais baixa desde 2005/06. Na safra seguinte, a 2015/2016, o plantio também começou lento em Goiás, chegando a 6% em 19/out. Na semana seguinte (26/out), porém, a umidade melhorou, permitindo que o plantio saltasse para 21%. Bem equipados e com grande capacidade de plantio, os goianos avançaram rapidamente com os trabalhos nas semanas seguintes, levando a área plantada a alcançar 66% em 09/nov. Com condições climáticas mais favoráveis no decorrer da safra, a produtividade se recuperou, chegando a 52,1 sacas por hectare.
Safra 2017/2018
“Com base nas duas safras citadas, tudo indica que, para ainda conseguir uma boa safra no ciclo 2017/2018, Goiás precisa de duas coisas nesta virada de outubro para novembro: melhora da umidade do solo e rapidez no plantio. E depois, claro, clima favorável para o desenvolvimento das lavouras. Isso significa que a safra de Goiás, apesar do atraso, ainda pode ser boa. Mas precisa chover logo”, afirmou a AgRural em comunicado.
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