Mais de 12 veículos agrícolas são roubados ou furtados por dia no Estado de São Paulo
Mais de 4500 veículos agrícolas (tratores, reboques, semirreboques, entre outros) foram roubados ou furtados no Estado de São Paulo no período de um ano, entre agosto de 2016 e agosto de 2017. Em média, esse número representa 12,5 veículos roubados ou furtados todo dia. Somente no primeiro semestre de 2017 foram 957 roubos e 325 furtos — um total de 1282.
Os dados fazem parte do Boletim Econômico Tracker-Fecap de setembro, um estudo realizado pela Tracker, empresa de rastreamento de veículos, em parceria com a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), a partir dos registros da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP/SP).
Procurada para confirmar os dados, a SSP afirmou que os roubos e furtos de veículos agrícolas são registradas como "outros". O estudo da Tracker averiguou os registros presentes na Secretaria através do Portal da Transparência para chegar aos números de veículos agrícolas presentes no Boletim.
Segundo o estudo, o semirreboque é o objeto mais visado pelos criminosos no último ano. Foram 1731 roubos e 289 furtos, totalizando 2020. A segunda colocação fica com o caminhão trator (1645 roubos e 317 furtos), seguido pelo reboque (82 roubos e 237 furtos), conforme a tabela abaixo.
Os roubos e furtos não se diferenciam apenas no volume e tipo de veículos. A atuação do criminoso também diverge quanto aos horários. Os furtos ocorrem, em sua maioria, na madrugada (26,58%), já os roubos, no período da noite (33,09%).
Cidades mais afetadas
No mês de julho de 2017, segundo o Boletim, São Paulo, Guarulhos e Cubatão lideraram no quesito roubo de veículos agrícolas. No mesmo período, Jaguariúna, Campinas e Jaú foram as cidades que mais sofreram com os furtos de maquinário.
Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Núcleo de Conjuntura Econômica da Fecap, explica também que os roubos e furtos cometidos na zona rural são mais planejados e envolvem mais dinheiro do que os crimes cometidos na região metropolitana de São Paulo.
Por que isso acontece?
Sobre as razões que incentivam o roubo ou furto de veículos agrícolas, Frederico Augusto Lanzoni, especialista em Inteligência de Mercado do Grupo Tracker, destaca “o alto valor agregado e a tecnologia avançada embutida no maquinário do campo, além da facilidade de se comercializar os veículos roubados”. "Esse tipo de maquinário é um desafio para a polícia. Eles não circulam em via pública e ficam, em muitos casos, dentro de grandes propriedades privadas, além de serem de difícil identificação", completa.
“O crime está olhando para o agronegócio como uma oportunidade. Hoje, vale mais a pena roubar uma carga agrícola do que vender drogas”, completou Rodrigo Boutti, gerente de Operações do Grupo Tracker. Ele aconselha que o produtor rural faça investimento em tecnologia de rastreamento como forma de prevenção ao roubo do veículo, além de auxiliar na identificação do equipamento.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirma que “as polícias Civil e Militar atuam em conjunto visando coibir toda modalidade criminal, incluindo os roubos e furtos de veículos e máquinas agrícolas. O trabalho é realizado com base na análise das regiões que apresentam esse tipo de ocorrência, sendo executados programas específicos de policiamento, objetivando a identificação e prisão dos autores desse tipo de crime.”
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