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Emater-RS estima produção de frutas 20% menor no ciclo 2017/18

Um balanço da produção de frutas da safra 2017/18 na Serra Gaúcha, realizado pelo Escritório Regional da Emater RS-Ascar de Caxias do Sul, indica que a principal cultura da região, a videira, terá uma produção dentro da média, ou seja, de 720 mil toneladas, englobando toda a fruta (para industrialização e consumo in natura).


Até o momento, com as atuais condições climáticas, a fruta colhida apresenta ótima qualidade: sanidade das bagas, intensidade de coloração e elevado grau de açúcar. No entanto, espécies como macieira, pessegueiro, ameixeira, caquizeiro, laranjeira e bergamoteira devem apresentar produtividade abaixo da média.


A avaliação envolve a produção de 55 municípios, principalmente da região de Caxias do Sul, mas também alguns das regiões de Passo Fundo e Lajeado. Conforme o engenheiro agrônomo da Emater RS, Enio Ângelo Todeschini, a maturação e a colheita das espécies estão antecipadas, em média, em 20 dias, devido às condições climáticas.


“Ao contrário de 2016, que teve um dos melhores invernos da história para a fruticultura de clima temperado (530 horas), 2017 registrou apenas 188 horas de frio abaixo de 7,2ºC em Bento Gonçalves, segundo dados da Embrapa Uva e Vinho, bem abaixo da média histórica (410h). Essa condição, somada à baixa precipitação e a temperaturas altas no mês de setembro, contribuiu para a aceleração do ciclo (brotação e florescimento) da maioria das espécies, tendo considerável percentagem de gemas vegetativas e floríferas cegas (inativas) ou de baixo vigor. Com o retorno das baixas temperaturas nos meses de outubro e novembro, o florescimento e o pegamento de frutos de diversas espécies foram afetados. Outro fator natural que resultou no baixo pegamento de frutas foi a alternância fisiológica, ou seja, na produtividade da planta entre safras sucessivas. A alta produção de frutas na safra passada impôs um consumo de nutrientes além do potencial de reposição da planta, deixando-a exaurida para o ciclo seguinte”, explicou Todeschini.


Ainda de acordo com o agrônomo, as baixas temperaturas noturnas, frequentes na primavera, ocasionaram a diminuição do ataques de pragas, principalmente da mosca das frutas, bem como da incidência de fitopatias. Além disso, as precipitações abaixo da média favoreceram a manutenção da sanidade das frutíferas. Já o granizo ocorrido nesse período pouco afetou a produção.


Apesar de uma safra 20% menor em relação à de 2016/17 na totalidade das espécies, Todeschini ressaltou que, a cada ano, o manejo dos pomares vem sendo aperfeiçoado, ocasionando aumento de produtividade ou, no caso desta safra, redução de perdas. “A prática cultural de maior adesão e efeitos em médio e longo prazos é o uso de plantas de cobertura (proteção) do solo, reduzindo grandemente o uso de agroquímicos e as perdas de solo, nutrientes e água”, concluiu.

Para mais informações acesse: http://www.uagro.com.br/

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