Produtores contabilizam perdas com geada
Neste início de semana circulam nas redes sociais inúmeras imagens de culturas atingidas pela geada, em todo país. Os cafezais tiveram grande impacto em Minas Gerais e no interior de São Paulo. De acordo com a Cooperativa dos Cafeicultores de Guaxupé, Cooxupé, áreas da região de Guaxupé (MG) foram afetadas pelas baixas temperaturas. A ocorrência foi generalizada, inclusive, nas regiões altas do Sul de Minas e até o Cerrado Mineiro. A cooperativa informou que técnicos estão no campo ainda está fazendo o levantamento dos prejuízos. Um relatório de perdas deve sair ainda esta semana. Como o país está no meio da safra de café os impactos devem ser sentidos somente na próxima safra. Na região de Franca (SP) as plantas ficaram queimadas com a geada.
Marcelo da Luz planta 70 hectares de café em Carlópolis, no Norte Pioneiro do Paraná. Em entrevista ao Portal Agrolink ele contou que, hoje pela manhã, vistoriou os cafezais. Ele estima que só 40% das plantas saíram ilesas com a proteção que foi feita. Os prejuízos maiores só devem ser notados em alguns dias. “Como as minhas plantas são novas visualmente tranquilo mas em alguns dias pode aparecer a canela de geada e as plantas morrerem em 15 dias. A gente trabalha muito com lavouras onde a gente colhe, poda e só vai colher em dois anos então só produziria em 2020. Por isso vamos ter que ver o estrago que vai ter nessa florada, se congelou a gema pode abortar”, explica. Marcelo observa que nas plantações dos vizinhos o estrago foi grande. Veja nas imagens o impacto.
Na cana-de-açúcar também houve impactos. Em Mato Grosso do Sul a Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul (Biosul) informou que as unidades adequam o manejo da safra para colher a cana antes do período mais favorável à ocorrência de geadas. Ainda assim, pela extensão do fenômeno, outras áreas foram afetadas. Os prejuízos também devem ser contabilizados nos próximos dias.
No Paraná muitos produtores se atentaram aos alertas das entidades para as geadas na área de cafezal e conseguiram proteger as plantas. Na região de Cascavel os efeitos da geada foram notados no trigo. Segundo o Departamento de Economia Regional (Deral), cerca de 60% das lavouras em floração ou frutificação foram perdidas. Na região as verduras e legumes já estão sendo comercializadas por preços mais caros. A alface, por exemplo, que há alguns dias custava R$ 2,00 já é vendida por R$ 2,50.
No RS setor está dividido
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS) emitiu um comunicado informando que a cadeia leiteira pode ser afetada pela qualidade das pastagens mas o aumento do consumo com o frio o consumo fica estimulado e pode ajudar a frear a queda ao produtor. Já as frutas como uva e maçã, cultivadas na Serra, e o trigo necessitam de horas de frio. De acordo com Kaliton Prestes, engenheiro agrônomo da Fetag-RS, “risco de geada tardia é mais elevado, o que pode ocasionar problemas para a floração do pêssego, o espigamento do trigo, além de prejudicar o desenvolvimento do milho, cujo plantio inicia em meados de agosto e setembro”.
Na região de Santa Cruz do Sul alguns canteiros de tabaco tiveram perdas nas mudas com três dias seguidos de geada e vento mesmo com a vedação do plástico que cobre o canteiro. O congelamento faz com que aumente o número de doenças e fungos.
Os produtores de soja do Noroeste gaúcho comemoram. Isso porque o frio intenso age como uma herbicida, inseticida e fungicida natural nas lavouras de inverno e ajuda a reduzir a soja guaxa e as doenças na próxima safra.
Frio deve diminuir
De acordo com a Somar Meteorologia o frio deve diminuir nos três estados do Sul e as temperaturas continuam subindo de forma gradativa. Não há mais potencial para formação de geada, apenas pode haver nevoeiro em algumas regiões. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste as temperaturas também entram em elevação, porém, em Minas Gerais e no Espírito Santo as mínimas seguem baixas.
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