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Tereza Cristina diz estar “brigando” por juros menores para o próximo Plano Safra

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirmou neste sabádo (11) que está “brigando” por juros menores para o próximo Plano Safra. Ela reconheceu que a queda na taxa Selic, atualmente no recorde histórico de 3,75%, não resultou em crédito mais barato para os produtores. Essa semana, algumas entidades do setor agropecuário pediram redução das alíquotas e aumento dos recursos subsidiados para o ciclo 2020/21.


“Vamos brigar [por juros menores]. Estamos em discussão, conversando diuturnamente com a Economia para tentar ver se conseguimos juros mais baixos, já que a Selic caiu, mas, infelizmente, os juros no mercado, ao contrário, estão mais caros. Para o juro que tem subvenção do governo federal, estamos tentando que ele caia para percentuais menores que deste Plano Safra”, disse ela, em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul.


Por conta dos efeitos da pandemia do novo coronavírus, a equipe da ministra estuda a possibilidade de antecipar o lançamento do novo Plano Safra.



Estiagem

Tereza Cristina também rebateu críticas de algumas lideranças do agronegócio gaúcho sobre as medidas de socorro aos produtores afetados pela estiagem, anunciadas esta semana. A principal queixa também é em relação aos juros. O setor queria uma redução, já que as alíquotas estão acima da Selic para pequenos (até 4,6% ao ano) e médios produtores (6% ao ano) para operações de custeio, que poderão ser prorrogadas e parceladas em até sete anos.


“É uma queixa, mas infelizmente não podíamos mudar os juros. Nós estamos brigando para uma mudança de juros para o Plano Safra que virá, mas nos atuais a prorrogação é com os mesmos juros já contratados, senão era uma medida completamente diferente”, explicou.


Tereza Cristina, garantiu que os municípios que ainda não tiveram a situação de emergência ou o estado de calamidade pública reconhecidos pelo governo federal também serão contemplados pelas medidas de apoio anunciadas esta semana, como a prorrogação de parcelas de financiamentos e a abertura de crédito emergencial para produtores afetados pela estiagem. Entidades do setor produtivo do Rio Grande do Sul reclamaram que a demora de órgão públicos para a “homologação” dos decretos poderia atrapalhar pequenos e médios agricultores.


“Aqueles [municípios] que estão em curso, que ainda não estão em mão com o decreto de calamidade, terão direito também porque fizemos uma sondagem junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional e são mais de 400 municípios no Brasil em calamidade, a grande maioria no Rio Grande do Sul, sendo que 268 já estavam ‘ok’ e outros estão em curso e terão direito também”, afirmou em entrevista a uma rádio gaúcha.


A situação de emergência pode ser reconhecida pelo governo estadual. O boletim mais recente da Defesa Civil do RS diz que já são 268 nessa categoria por conta da estiagem. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) estima que 200 mil produtores serão beneficiados com as medidas com volume total de R$ 5 bilhões das operações.


Produtores afetados pela falta de chuvas, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, poderão prorrogar as parcelas deste ano de custeio, por até sete anos, e investimento, para depois do fim do contrato.


A ministra ainda destacou que quem tem seguro das lavouras poderá deduzir os valores das indenizações e parcelar apenas o que sobrar. “Com seguro rural serão deduzidos os valores indenizados. Quem tem seguro rural, deduz o seguro e se tiver remanescentes do financiamento divide em parcelas em sete anos consecutivos. É uma informação importante que todos devem estar atentos a ela.



Para mais informações acesse: https://valor.globo.com/agronegocios

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