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Entenda o porquê do seguro rural ser uma boa alternativa para proteger a lavoura de café

O ano de 2021 foi um marco na cafeicultura do Sul de Minas devido à geada e à falta de chuvas que prejudicaram as lavouras de café e diminuíram a produção. Situações que não podem ser previstas ou evitadas têm deixado os cafeicultores preocupados. Uma alternativa para contornar esses incidentes que prejudicam as lavouras pode ser a contratação de seguros rurais. Essa é uma solução apresentada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

“As perdas de produção e todos os prejuízos que o produtor têm sofrido nas últimas safras com situações que fogem do seu controle, vêm pra elevar ainda mais a percepção sobre a importância de se contratar o seguro. É uma forma de proteger não somente a planta, mas também a rentabilidade do produtor que dará suporte para a manutenção da sua atividade”, explicou a assessora técnica da CNA Danyella Fernandes Bonfim.


Segundo ela, a maioria dos cafeicultores ainda não têm um seguro rural.


“O que acontece é que muitos produtores ainda não enxergam como um investimento e decidem não contratar seguro em razão de já ter altos custos de produção ou por ter a cultura de contabilizar os prejuízos causados por adversidades climáticas”, garantiu.


E foi um desses fenômenos, a geada, que motivou o cafeicultor Alessandro Miranda a adquirir um seguro em 2021. Entre as opções disponíveis na seguradora, ele optou por um seguro de proteção da vida do cafeeiro.


“Resolvi fazer esse seguro de vida da planta porque ela me assegura em R$ 7 cada pé de café. Se passar na lavoura uma geada ou chuva de granizo, recebo 50% do valor pela recepa e 30% por uma esqueletação, por exemplo”, explicou.


Alessandro, que possui cerca de 230 mil pés de café espalhados por cerca de 60 hectares em 6 bairros rurais de Nova Resende (MG), afirmou que encontrou dificuldade em localizar uma seguradora que oferecesse o serviço.


“Na minha região, as seguradoras diziam que não valia para elas o trabalho de oferecer seguros como esses. Aí buscamos em São Sebastião do Paraíso (MG) uma empresa que topasse nos atender”, disse.


Ele também afirmou que contou com um dos programas do Governo Federal para subsidiar 40% do valor da franquia.


Segundo Danyelle, Alessandro contou com ajuda do Ministério da Agricultura através de programas de subvenção ao seguro rural, do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e do Monitor do Seguro Rural.


“O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural oferece ao agricultor a oportunidade de assegurar sua produção com custo reduzido, por meio do auxílio do Governo Federal”, disse.



Números

Conforme dados do CNA, em 2021 foram contratadas 218 mil apólices, considerando todas as culturas agrícolas.


“Os produtores de grãos sabem da importância do seguro e representaram 76% do volume total de contratações. Já o café teve um desempenho de 3,5% e, apesar de ainda ser pequeno, são números que representaram um crescimento de mais de 40% em relação ao ano anterior”, observou a técnica.



O mercado de seguros

Por se tratar de uma cultura perene, o cafeicultor tem que se preocupar com a safra ainda no pé, ou seja, com o grão e com a vida da planta. A preocupação é maior, porque ele tem que pensar nas safras futuras também. E para cada uma dessas etapas, existe um tipo de seguro.


“Na coleta de informações para análise, a CNA fez um apanhado de possibilidades e vimos que o mercado oferece seguro para a vida da planta, seguro de produtividade e também de faturamento. Além disso, o produtor pode contar com coberturas adicionais (perda de produção futura, tratamento fitossanitário)”, disse Danyelle.


Ela também falou que as coberturas de seguros e as taxas, os serviços prestados, o atendimento em caso de aviso de sinistros e as vistorias nas lavouras variam entre as seguradoras.


O cafeicultor que quiser adquirir um seguro para sua propriedade precisa procurar corretoras especializadas que ofereçam coberturas para o cultivo de café.


“Por parte das seguradoras, o que temos visto é que cada vez mais elas vêm reavaliando os modelos de seguro agrícola e trazendo produtos em formatos diferentes para atender o cafeicultor de forma mais específica e adequada”, disse Danyelle.




Mas afinal, vale a pena contratar um seguro?

A resposta aparece em um exemplo apresentado pela CNA em um material específico sobre seguros para café disponível neste link.


O conteúdo é bem amplo e ainda trata de taxas, valores e tipos de seguros disponíveis para contratação.


Segundo um exemplo apresentado no material, o custo da recepa do cafeeiro por hectare é de R$ 18 mil (definido na linha de recuperação de cafezais do Funcafé), e que o produtor terá um custo de R$ 72 mil para fazer a recuperação de quatro hectares. Caso ele não tenha contratado o seguro, ele terá que desembolsar o valor total.


No caso da contratação do seguro (com algumas especificações definidas como exemplo) o produtor terá direito a R$ 60,3 mil de indenização para fazer a recuperação do cafezal, ou R$ 15.078,50/hectare, e terá que desembolsar apenas R$ 11.686,00, ou R$ 2.921,50/hectare.


A conclusão final é que é que vale a pena contar com essa ferramenta.


“O custo não deveria ser visto como um empecilho a partir do momento que o produtor tem conhecimento da segurança que a ferramenta traz”, concluiu Danyelle.





Para mais informações acesse: https://g1.globo.com/

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