Granizo atingiu 51,2 mil hectares de lavouras em Minas Gerais
No total, 7.400 produtores de 106 municípios informaram que tiveram as propriedades atingidas pelo fenômeno, segundo a Emater-MG
Levantamento feito pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) apontou que 51,2 mil hectares de lavouras mineiras foram atingidos pelas chuvas de granizo neste mês de novembro, especialmente nos dias 7 e 8. As áreas com plantios de café do Estado foram as mais atingidas pelas chuvas, com um total de 26,6 mil hectares.
No total, 7.400 produtores de 106 municípios informaram que tiveram as propriedades atingidas pelo fenômeno nas regiões Sul, Sudoeste, Zona da Mata, Metropolitana, Central, Centro-Oeste, Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste. No caso do café, os impactos foram maiores nas plantações de São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Campestre e Nova Resende, todos no Sul ou sudoeste de Minas.
Nas culturas de grãos (soja, feijão 1ª safra e milho 1ª safra), foram 22,5 mil hectares com registro das chuvas. Sacramento (Alto Paranaíba), Passos (Sudoeste de Minas) e Bambuí (Centro-Oeste) foram os municípios com as maiores extensões de lavouras prejudicadas. A forte chuva com pedras que chegaram ao tamanho de um ovo atingiu ainda plantios de hortaliças (908 hectares), citros (412 hectares), abacate (323 hectares) e outras frutas (233 hectares).
A Emater-MG informa que o balanço é relativo apenas às áreas atingidas e não significa que todas as lavouras foram perdidas, já que muitas delas poderão ser recuperadas. Produtores de café de Nova Resende relataram à Globo Rural na semana passada perdas de mais de 50% de suas lavouras.
A tempestade, embora com menor severidade e duração, também atingiu plantações de café do lado paulista, especialmente na região da Alta Mogiana, onde houve relatos esparsos de prejuízos de até 90% com queda dos frutos em formação.
Embora a chuva tenha sido mais intensa no início da semana, produtores da região montanhosa de São João do Manhuaçu foram surpreendidos pela queda de granizo na última sexta-feira, dia 11. Ednilson Alves Dutra, produtor de café orgânico que tem fazenda a 1.300 metros de altura, contou que a chuva de granizo em sua propriedade foi rápida, em torno de cinco minutos, assustou, mas não causou perdas para a lavoura que ainda tem talhões em floração.
“Meus funcionários logo fizeram a simpatia de jogar uma peneira de boca virada para cima na sede da fazenda e a chuva parou”, contou, bem humorado, o produtor que dedica 100% da sua produção de cerca de 20 mil sacas para exportação.
Com uma produtividade média de 28 sacas por hectare em seus 1.200 hectares de café, ele exporta para Austrália, Holanda, Japão, Espanha, Itália, Alemanha, Bélgica e EUA.
De novo
Foi o segundo mês consecutivo de chuvas de granizo em Minas. No início de outubro, houve fortes precipitações com queda de pedaços de gelo nas regiões Sul/Sudoeste, Campo das Vertentes, Central e Zona da Mata. Na época, o levantamento da Emater-MG mostrou que foram atingidos 16,8 mil hectares, sendo 13 mil de café, em 63 municípios.
Desde a semana passada, a Emater-MG está alertando os produtores com prejuízos que tenham crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) a procurar as instituições financeiras porque suas operações são cobertas pelo seguro do Proagro e Proagro Mais.
A empresa também recomendou que os agricultores evitem atitudes precipitadas como a erradicação de árvores ou a recepa (poda drástica das plantas) antes de uma avaliação técnica em cada lavoura sobre os efeitos do granizo.
No ano passado, os produtores de café de Minas e São Paulo sofreram os impactos do que chamaram de a maior seca dos últimos 90 anos e também de três geadas. Em Minas, a Emater estimou que 19,1% da área de café do Estado foram impactados pelas geadas. A crise levou o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) a liberar recursos para a recuperação das lavouras afetadas.
Para mais informações acesse: https://globorural.globo.com/
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