Perdas por chuva chegam a R$ 1 bilhão no MT
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) calcula que as chuvas em excesso entre os dias 19 de fevereiro e 4 de março somam prejuízo milionário no Estado. Os volumes até 55% acima da média afetaram a qualidade das lavouras de soja, com grãos avariados e atraso na colheita. Isso resultou em perdas de R$ 1,3 bilhão.
A chuva trouxe avarias de quase 15% em algumas regiões como Norte e Médio Norte. Na média do Estado o percentual de grãos avariados foi de 9,08%. O volume corresponde a cerca de 33% da soja no Mato Grosso. O padrão permitido pelo Ministério da Agricultura é de 8% e produtores serão descontados.
O Imea projeta que se considerado o desconto mínimo gerado pelo excesso de grãos avariados nas cargas, as deduções aos produtores seriam da ordem de R$ 897,88 milhões, mas destacou que os custos operacionais não estão embutidos nesse montante, assim como os descontos de umidade, que vêm sendo maiores na safra atual na comparação com a anterior.
O clima desfavorável a colheita também gera outro fator. Aproximadamente 30,89 mil hectares podem ser abandonados na lavoura sem condições de colheita, o que geraria prejuízo de R$ 401,82 milhões aos produtores, contabilizando a receita perdida e o custo de produção da área.
Os problemas começaram já no início da janela de plantio após 15 de setembro. A falta de chuva jogou a semeadura para o fim de outubro e início de novembro quando foram plantados 429,56 mil hectares por dia, um recorde. A concentração levou mais lavouras a atingirem o ponto certo juntas. Com a impossibilidade de entrar com as máquinas na lavoura o impacto também veio para o milho segunda safra cuja janela ideal venceu no final de fevereiro. Com isso grande parte das lavouras do grãos ficaram de fora do zoneamento de risco climático, portanto, sem direito ao seguro.
A colheita de soja no Mato Grosso está próxima do final e alcança mais de 80%. Algumas áreas estão mais adiantadas como é o caso da Oeste com 90% das áreas colhidas e o maior atraso está na Centro-Sul, com 64%. A previsão é de que em 15 dias seja encerrada a colheita da soja e a semeadura do milho.
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