Sebrae RS: 94,8% dos pequenos produtores gaúchos têm prejuízos com estiagem
O cenário adverso criado pela estiagem que atinge o Rio Grande do Sul pelo terceiro ano seguido não é menos desafiador para os produtores de pequeno porte. Pesquisa realizada pelo Sebrae RS indica que 94,8% empreendedores rurais tiveram a produção prejudicada pela seca.
O estudo ouviu 520 produtores rurais atendidos pelo Sebrae RS no estado, que atuam em lavouras de grãos, frutas e hortaliças, na pecuária de corte e leite, na apicultura e na piscicultura.
Dos 94,8% dos empreendedores com prejuízos decorrentes da estiagem, 34,48% tiveram a produção afetada entre 41% e 60%; 24,14%, entre 11% e 40%; e 20,8%, entre 61% e 80%, informa o estudo do Sebrae RS.
Diretamente ligado à produtividade, ao valor pago ao produto e ao custo de produção, o faturamento também foi apontado para 70,77% dos produtores como menor em comparação com a safra anterior.
Quando questionados sobre a adoção de medidas para contornar os impactos da seca na sua propriedade, um ponto positivo: mais de um terço dos produtores rurais gaúchos (35,98%) estão adotando práticas de manejo conservacionista no solo.
Essa ação, aponta o estudo, é considerada fundamental e está diretamente relacionada à capacidade de aumento da produtividade do solo e sua capacidade de enfrentar os eventos climáticos recorrentes das safras de verão.
Apoio para o produtor superar dificuldades
Segundo o coordenador de Projetos Setoriais do Agronegócio do Sebrae RS, André Bordignon, o estudo replica pesquisa similar feita em 2022 com o objetivo de entender as principais necessidades do produtor e propor soluções para auxiliar a atenuar os impactos da seca em relação ao negócio em curto, médio e longo prazos.
“É uma ferramenta que nos permite sermos mais assertivos na proposição de soluções aderentes à necessidade para a manutenção do negócio frente à frustração de mais uma safra castigada pela falta de chuvas nas mais diferentes regiões e culturas”, diz Bordignon.
Para o especialista, a reavaliação dos sistemas de gestão das propriedades e o melhor entendimento da situação financeira de cada negócio são alguns dos pontos cruciais para os produtores se manterem competitivos.
A avaliação é corroborada por outro dado, que aponta que 71,35% dos produtores não têm seguro agrícola, recurso que poderia ser uma solução para reduzir parte das perdas da produção e trazer uma garantia para os produtores rurais.
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