Soja Argentina: Nova safra começa sob sombra de incertezas políticas e climáticas
A nova safra de grãos está começando não só no Brasil, mas também na Argentina. E como não poderia ser diferente, uma série de incertezas preocupa os produtores rurais argentinos, principalmente diante de uma recente crise política, que culminou na troca de diversos ministros, entre eles, o da Agricultura. Quem assumiu a pasta foi Julián Domínguez que, segundo especialistas, tem uma base bem mais próxima do campo do que seu antecessor, Luis Basterra.
Além da política e de mudanças importantes feitas no Ministério da Agricultura, a questão climática é mais um ponto de atenção da produção argentina. De acordo com o último relatório do Guia Estratégico para o Agro, da Bolsa de Comércio de Rosário, há regiões que ainda precisariam de algo entre 500 e 700 mm de chuvas para estarem em condições adequadas e seguras para receber a nova safra.
"A Argentina não só tem que enfrentar um provável cenário de La Niña pela frente, mas também arrastar o déficit milímetros das duas últimas temporadas", informou o guia. Assim, outubro começa com bastante incerteza quando se trata de chuva para a agricultura argentina.
No centro argentino, de 26 de setembro a 6 de outubro o acumulado de chuvas foi limitado, com cerca de 70% da região recebendo menos de 5 mm de precipitações. A região dos Pampas também recebeu volumes modestos, de 15 a 30 mm, enquanto no Nordeste foram de 10 a 40 mm.
"A situação das lavouras é bastante complexa: este será o segundo ano de relutância das chuvas", acrescenta o guia da bolsa argentina.
SOJA 2021/22
A nova safra de soja da Argentina, que deverá começar a ser plantada em breve, foi estimada pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 52 milhões de toneladas, contra as 46 milhões da safra 2020/21. Para Ênio Fernandes, no entanto, este número poderia chegar a algo entre 53,5 e 54 milhões de toneladas, uma vez que os atuais preços são bastante atrativos e estimulam um aumento de produção.
"A liquidez da soja é muito alta, é dólar na veia. E com a política do governo argentino desestimula plantar outras culturas como milho, trigo, e a liquidez da soja atrai muito os produtores. Então, acho que esse número do USDA pode ser corrigido para cima (superando 54 milhões) caso os contratos março e maio trabalhem acima dos US$ 12,50", acredita o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios.
Dessa forma, Fernandes acredita ainda que o bom momento dos preços dos biocombustíveis também poderá dar espaço para que o esmagamento argentino de soja seja maior na nova temporada.
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